Entendendo a hiperatividade
Sabemos que é próprio da criança gostar de brincar, fazer
bagunça e correr de um lado para o outro. Toda essa movimentação dá uma
canseira nos pais ou em seus responsáveis. Entretanto, é necessário ter muito
cuidado para não identificá-la erroneamente como portadora do TDAH ou
Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade.
O que percebo é que crianças indisciplinadas, birrentas,
malcriadas, falantes e muito espertas, principalmente para o que lhes
interessa, são classificadas erroneamente de hiperativas. Estudos apresentados
no Manual Diagnóstico e Estático de Transtornos Mentais, da Associação
Americana de Psiquiatria, orientam a identificar pelo menos seis
características, por um período mínimo de seis meses, e, principalmente,
observar se estão causando prejuízos à vida escolar, social e familiar da
criança.
Vejamos algumas características da criança portadora de
TDAH:
Apresenta dificuldade de concentração;
Não ouve quando alguém fala;
Não consegue terminar uma tarefa;
Tem dificuldade em aguardar a sua vez;
Fala excessivamente;
Não consegue ficar sentada;
Não obedece às regras;
Interrompe conversas sem pedir licença;
Age como se fosse movida a motor.
Portanto, se você perceber que seu filho apresenta algumas
dessas características e que seus relacionamentos estão sendo prejudicados,
tanto em casa como na escola e no convívio social em situações agradáveis e
desagradáveis, procure ajuda de um profissional especializado. Do contrário,
verifique se os fatores ambientais são ou não favoráveis, como dificuldade de
adaptação na escola, desentendimento entre os pais, perda de alguém importante,
maus-tratos, violência, etc. Em muitos casos constatamos que a agitação da
criança é o reflexo do que ela está vivendo no seu dia-a-dia.
Família e escola em ação
Para trabalhar com crianças hiperativas é necessário
organizar um esquema que envolva todas as pessoas ligadas à criança. É
imprescindível e produtivo que ela seja atendida dentro de um esquema
multidisciplinar que englobe a família, a escola, o neurologista, o pediatra, o
psicólogo, o pedagogo e outros profissionais relacionados ao tema.
Assim, será possível fazer um trabalho comportamental,
orientando, recomendando e reestruturando os ambientes, lidando com as
dificuldades com amor, paciência, carinho, compreensão e atitudes firmes com
sua criança. Lembre-se de que ela é o foco de toda a sua atenção.
A autora do artigo, Maria José Silva, é psicopedagoga